sábado, 21 de dezembro de 2013

Boto da Amazônia encanta, mas se torna isca para pescaria ilegal

HAROLDO CASTRO, DE MANAUS (TEXTO E FOTOS)



O boto-vermelho – também chamado de cor-de-rosa por aqueles que não vivem na Amazônia – possui grande destreza de movimentos e sua nadadeira peitoral (à mostra) demostra ampla flexibilidade (Foto: Haroldo Castro/ Época)
As histórias do boto povoam o imaginário dos ribeirinhos amazonenses. Quase todo pescador tem raiva – e, algumas vezes, medo – do animal. Esperto e rápido, o boto consegue ludibriar os ribeirinhos e logra roubar seus peixes, furando e destroçando redes de pesca. O mito do boto que se transforma em um jovem sedutor, vestido de branco, piora sua fama. A moça desprevenida que engravida acaba culpando o animal, o que deixa os homens ainda mais furiosos e ameaçados pelo boto vermelho, como ele é chamado na Amazônia.
Por outro lado, para o resto do mundo, o boto-cor-de-rosa (tradução do nome inglês pink river dolphin) é um mamífero aquático dos mais carismáticos, tão querido como baleias e os golfinhos do mar. Sua inteligência e seu elaborado sistema de ecolocalização encantam biólogos e sua velocidade e flexibilidade fascinam aqueles que conseguem vislumbrá-lo nas águas vermelhas e transparentes do rio Negro.
 
O boto pode chegar a 2,5 metros de comprimento e a pesar 180 quilos. Seu peito é, de fato, cor-de-rosa; mas dentro da água cor-de-conhaque do rio Negro ele pode parecer avermelhado (Foto: Haroldo Castro/ Época)
Um boto passa por baixo de um flutuante, cortando as águas escuras e cristalinas do rio Nego (Foto: Haroldo Castro/ Época)
Entre amor e ódio, se o boto (cor-de-rosa ou vermelho) continua dando sustos nos pescadores, ele também vem apaixonando cada vez mais os visitantes. Há cerca de duas décadas, Dona Marilda, do vilarejo Novo Airão, começou a promover a observação dos botos em um flutuante às margens do rio Negro. Muitas outras iniciativas se seguiram, inclusive a de hotéis.
Márcia Ferreira Mesquita, de 39 anos, nasceu e se criou nas redondezas da comunidade São Thomé, parte do município de Iranduba, AM. Quando Márcia era menina, o local ficava a um dia de canoa de Manaus; hoje o percurso leva apenas 30 minutos com uma voadeira. A pescadora conta que sua história com os botos começou há 10 anos, ao montar uma barraca na praia para vender bebidas e petiscos para eventuais visitantes.
Quando limpava os peixes no local (chamado hoje de Praia Amigo do Boto), ela jogava o resto na água e os botos vinham comer. Em 2007, apareceu um boto pequeno que tinha um arame enrolado no bico. “Deve ter sido maldade de algum pescador raivoso”, diz Márcia. Com a ajuda da AMPA (Associação Amigos do Peixe-Boi), o boto foi cuidado e o animal passou a visitar Dona Márcia com frequência. “Meteco foi o primeiro boto a brincar com meus filhos. Todos os botos gostam muito de brincar com bola, galho ou pedaço de pau”, afirma.
No ano seguinte, Márcia e seu marido David Coelho de Souza, com a ajuda de seus sete filhos, montaram um flutuante que fica a 50 metros da praia. Hoje, recebem visitantes de todos quadrantes, fascinados com a possibilidade de ver botos bem de perto. Márcia cobra apenas 20 reais pela experiência singular. “As pessoas podem entrar na água, sempre com salva-vidas, mas peço para que não toquem nos botos”, diz. Na verdade, quem chega perto é mesmo o boto. Curioso e brincalhão, ele roça e encosta nos banhistas, dá pequenos empurrões ou puxa o salva-vidas.
 
O autor brinca com uma bola com Meteco, o mais folgazão dos botos de São Thomé. Meteco acabou levando bola para as profundezas do rio Negro.  (Foto: Haroldo Castro/ Época)
Márcia segue as instruções normativas e, quando chega ao flutuante, oferece alguns peixes aos botos. “Sempre damos espécies que eles estão acostumados a comer, como o jaraqui. E deixamos eles com fome para que eles continuem caçando”, afirma. “Os visitantes não podem alimentar os botos, pois é preciso conhecer o comportamento e os movimentos dos animais.”
 
Márcia Ferreira Mesquita, a cuidadora dos botos da Praia Amigo do Boto, em São Thomé, oferece um jaraqui a um dos animais (Foto: Haroldo Castro/ Época)
Márcio, filho de 4 anos de Márcia e Daniel, nada embaixo d´água como se fosse um boto (Foto: Haroldo Castro/ Época)
“Os botos transformaram a vida de nossa família. Se antes David e eu tínhamos raiva por que eles rasgavam nossas redes, hoje nós nos dedicamos totalmente a eles. Queremos sua proteção”, diz Márcia. O casal pensa investir em um flutuante maior, com a comodidade de um banheiro, onde os visitantes poderão trocar de roupa para entrar na água. Pensam também organizar um pequeno museu-escola na comunidade. “Hoje considero o boto como meu patrão, é ele que dá meu sustento.”
Infelizmente, nem todos pescadores pensam como Márcia e Daniel e a situação dos botos tem se deteriorado bastante na última década, período durante o qual a população diminuiu em 10%, segundo pesquisadores da AMPA. A razão não é o contato dos botos com os turistas – este, sim, tem ajudado a criar uma maior conscientização ambiental – mas um crime simplesmente imbecil. O boto Inia geoffrensis é protegido por lei, mas ele é capturado ilegalmente com arpões e redes, assassinado de forma brutal com golpes na cabeça e seu corpo é fatiado para servir como isca na pesca de um bagre carniceiro, a piracatinga (do tupi guarani, pirá + catinga, peixe fedido).
A piracatinga era antes comercializada somente na Amazônia, mas hoje está sendo vendida em supermercados de diversas capitais brasileiras sob o nome ingênuo de “douradinha”. Antes de comprar um filé de “peixe fedido”, saiba que a “douradinha” pode ter provocado a morte de um boto!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Ibama libera licença prévia para o Porto de São Sebastião


Prefeitura, MP e ONGs ficaram surpresas com decisão; há questões socioambientais sem respostas, dizem eles

19 de dezembro de 2013 | 2h 08


Giovana Girardi, enviada especial - O Estado de S.Paulo
SÃO SEBASTIÃO - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença prévia para a expansão do Porto de São Sebastião, que custará R$ 2 bilhões. O porto, localizado no litoral norte paulista, já tinha o Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) e aguardava há quatro anos a licença. A previsão dos estudos é de que o porto opere carga de granel líquido e sólido, veículos, contêineres, etanol, carga viva e carga de projeto (equipamentos de grande tamanho).
Com a autorização do Ibama, as futuras licitações de arrendamentos locais serão lançadas com maior grau de segurança jurídica. Nos atuais modelos de licitação do governo federal em Santos e nos portos do Pará, por exemplo, a iniciativa privada ficará responsável por conseguir o licenciamento prévio de projetos, o que adiciona uma parcela de risco ao plano de negócios dos empreendedores.
A concessão pegou de surpresa a prefeitura, o Ministério Público e organizações não governamentais de defesa do litoral norte. Todas essas instituições já tinham se manifestado em prol do adiamento da decisão até que questionamentos sobre impactos socioambientais fossem respondidos.
Elas alegam que o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) do porto não levou em conta, por exemplo, o manguezal do Araçá - região por onde vai se expandir a área portuária. O local funciona como berçário de diversas espécies e é o último remanescente de manguezal do canal de São Sebastião, de acordo com o secretário de Meio Ambiente do município, Eduardo Hipólito do Rego. "O manguezal vai desaparecer. Ele não tem como sobreviver no escuro", diz o secretário em relação ao projeto que prevê a extensão de uma laje sobre o Araçá apoiada em milhares de colunas conhecidas como pilotis.
Sem respostas. Há um ano, a prefeitura e o coletivo de ONGs Real Norte (Rede de Entidades Ambientalistas do Litoral Norte) protocolaram documento no Ibama com questionamentos sobre o EIA que, segundo ele, não foram até o momento respondidos. "Isso torna o processo viciado e provavelmente pode custar sua judicialização."
Ele argumenta que o principal problema é que o projeto é maior que a capacidade do município: "Nenhuma cidade do litoral norte tem saneamento básico nem aterro sanitário. Aqui só 46% do esgoto é coletado e apenas uma parte é tratada".
Rego aponta ainda a deficiência de habitação na cidade para comportar novos funcionários. "Não tem espaço, vai ser uma calamidade, a cidade vai perder qualidade de vida. A verdade é que São Sebastião não comporta uma obra deste tamanho." Pelo projeto, o porto passará dos atuais 400 mil metros quadrados para 800 mil.
Os Ministérios Públicos Federal e Estadual também já estavam de olho na obra e chegaram a realizar uma série de consultas públicas com a população local para coletar impressões sobre o impacto da ampliação.
"Já estávamos preparando uma recomendação ao Ibama para que a licença não fosse concedida antes que estudos científicos que estão sendo feitos no Araçá fossem concluídos e estávamos em processo de tratativas com eles. Agora vamos adaptar a recomendação para que a licença seja suspensa", afirma o promotor de Ilhabela, Tadeu Badaró Jr. "Ainda temos a pretensão de que seja possível resolver isso pela via consensual.
A licença prévia do Ibama contempla as fases 1 e 2 do Plano Integrado Porto-Cidade de São Sebastião. Esses dois estágios preveem a construção de dois berços de atracação de um cais de múltiplo uso, dois berços no píer de contêineres e portão de acesso interno com conexão ao contorno de São Sebastião, além das etapas iniciais do terminal de contêineres e veículos e de passageiros, terminal de granéis sólidos e de granéis líquidos e estruturação dos berços offshore.
A licença contempla uma estação de tratamento, sistema dutoviário de álcool e derivados, heliporto e um museu do mar. O documento, porém, exige comprovação do avanço das obras viárias de acesso ao porto e programas ambientais." / COLABOROU WLADIMIR D'ANDRADE

Lobo-guará ganha livro ilustrado sobre a preservação da espécie no Brasil




Associados do Instituto Pró Carnívoros, o biólogo Rogério Cunha de Paula e o fotógrafo Adriano Gambarini reúnem textos e fotografias resultantes de dez anos de trabalho em projetos de conservação de um dos animais mais ameaçados de extinção no Brasil.
O lobo-guará está presente no imaginário brasileiro, na sabedoria popular espalhada pelo país e até mesmo na literatura, imortalizado por Guimarães Rosa ou pelos contos dos irmãos Villas Bôas. Apesar disso, é hostilizado e discriminado em muitos lugares do Brasil por puro desconhecimento. O biólogo Rogério Cunha de Paula e o fotógrafo Adriano Gambarini decidiram retratar a união de fauna e cultura no livro Histórias de um Lobo, lançamento da Avisbrasilis, para mostrar detalhes e curiosidades sobre um dos mais emblemáticos animais do Brasil.
A obra, inédita pela mescla de dados científicos e culturais, é um resgate das mais importantes informações científicas sobre o lobo-guará, traduzidas em uma linguagem simples e de fácil entendimento, além de reunir histórias e mitos da cultura popular brasileira. Patrocinado pela Tetra Pak, por meio da Lei Rouanet, o livro busca alinhar ciência, cultura e conservação de um dos animais mais simbólicos da fauna brasileira pela visão apaixonada de Rogério Cunha de Paula, um dos maiores especialistas sobre a espécie.
As fotos riquíssimas de Adriano Gambarini, um dos mais importantes fotógrafos de natureza da atualidade enriquecem e ilustram o texto de Rogério Cunha de Paula. Em 264 páginas, os autores trazem o lobo e os ambientes que envolvem todos os seus mistérios, do cerrado goiano ao mosteiro do Caraça, em Minas Gerais; de contos e causos mineiros a importantes trabalhos científicos internacionais.
Além de informações ricas, beleza e curiosidades, os textos simples e informativos são introduzidos pelas mãos de George Schaller, um dos maiores naturalistas do mundo. O livro pode ser adquirido nas livrarias ou no site da editora.

Fonte: http://ciclovivo.com.br/noticia/lobo-guara-ganha-livro-ilustrado-sobre-a-preservacao-da-especie-no-brasil

ICMBio tem 5 anos para fixar zonas de amortecimento em unidades de conservação federais




unidades de conservação

Determinação da Justiça atende a pedido do Ministério Público Federal no DF e tem abrangência nacional
A Justiça Federal de Brasília determinou à União e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que definam, no prazo de até cinco anos, os limites das zonas de amortecimento de todas as unidades de conservação federal que prevejam tal proteção. A decisão é resultado de ação civil proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) em abril de 2010.
Investigação do MPF demonstrou que, apesar de prevista na Lei 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, as zonas de amortecimento (entorno das unidades) não têm sido implementadas na prática. Os Planos de Manejo aprovados pelo ICMBio são omissos em relação à delimitação da área. Tratam apenas das atividades ali permitidas e suas implicações à unidade de conservação.
Tal postura “contribui de forma decisiva para que os objetivos previstos pelo legislador ordinário na proteção e implementação das unidades de conservação não sejam plenamente atingidos, com incalculável prejuízo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”, argumentou na ação o procurador da República Francisco Guilherme Bastos.
Em sua defesa, o ICMBio alega que a omissão na fixação dos limites da zona de amortecimento das unidades de conservação se deve à controvérsia jurídica sobre qual seria o instrumento legal para fazê-lo: se necessariamente ato de mesma natureza e hierarquia do ato de criação da unidade ou não. Como exemplo, relata que, em 2006, portaria do Ibama que delimitou a zona de amortecimento do Parque Nacional Marinho de Abrolhos foi questionada judicialmente e teve seus efeitos suspensos.
De acordo com a sentença da 3ª Vara Federal do DF, apesar da decisão no caso de Abrolhos, esse vácuo legal não existe. Ao contrário, advém da própria lei a determinação para que a zona de amortecimento seja abarcada pelo plano de manejo, que será aprovado por portaria ou resolução, a depender do caso concreto.
A decisão também é clara em relação ao prazo para definição da zona de amortecimento. Se o plano de manejo deve ser elaborado em cinco anos após a criação da unidade de conservação, “é consequência lógica que o prazo quinquenal se aplique também às zonas de amortecimento”, conclui o juiz federal Bruno César Bandeira Apolinário.
A sentença prevê multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento. O dinheiro será revertido ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. Cabe recurso da decisão.
Confira as íntegras da ação civil e da sentença. Processo 19080-18.2010.4.01.3400.
Fonte: Procuradoria da República no Distrito Federal
EcoDebate, 19/12/2013

Pesquisadores fazem expedição no rio Tefé para estimar a população de botos amazônicos

Expedição científica teve como objetivo avaliar e monitorar as populações de botos vermelho e tucuxi na América do Sul

    boto cor de rosa
    boto cor de rosa (Agência O Globo)
    O Instituto Mamirauá realizou a primeira expedição para estimativa da abundância de botos no lago e rio Tefé, um afluente do rio Solimões, no estado do Amazonas. A expedição científica é parte de um esforço de colaboração entre a instituição brasileira e a Fundação Omacha, da Colômbia, com o objetivo de avaliar e monitorar as populações de boto vermelho e tucuxi na América do Sul, nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco. A viagem ocorreu de 3 a 12 de dezembro.
    A bióloga da Fundação Omacha PhD. Catarina Gomez, explicou que a ideia da expedição é obter estimativas populacionais de golfinhos amazônicos (boto vermelho (Inia geoffrensis) e tucuxi (Sotalia fluviatilis)) na Amazônia.
    “Com esses dados, nós poderemos comparar a densidade populacional entre as áreas amostradas, pois até recentemente pouco se sabia sobre essas estimativas. Em alguns anos, vamos poder dizer se a população desses animais está aumentando ou diminuindo e propor estratégias para a conservação em áreas prioritárias",
    Segundo Heloíse Pavanato, pesquisadora do Instituto Mamirauá, a equipe percorreu aproximadamente 900 quilômetros, a bordo de um barco regional.
    "Nós avistamos cerca de 400 grupos, entre boto vermelho e tucuxi. Resultados parciais indicam que na região do rio e lago Tefé há mais boto vermelho", informou a pesquisadora.
    Os 12 pesquisadores dividiam-se em grupos para avistar os animais. Observadores ficavam na parte da frente e outros na parte de trás do barco, registrando os dados de avistagem em uma planilha com horário, coordenadas geográficas, distância (da embarcação para o animal), tamanho do grupo e condições ambientais. Ao longo dos nove dias de duração da expedição, o esforço diário de avistagem foi de cerca 12 horas.
    Agora os dados serão analisados, conforme o método utilizado nas expedições anteriores, que incluem embarques realizados também na Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia, conforme explicou Heloise: "Vamos obter a densidade populacional das duas espécies, então teremos o número de animais por quilômetro quadrado. É esse resultado que nós queremos".
    A expedição contou com a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal do Maranhão, Universidade Estadual do Maranhão, Instituto de pesquisas do Amapá e Fundação Mamíferos Aquáticos.
    Em 2012, o Instituto Mamirauá e a Fundação Omacha realizaram a mesma expedição no Rio Purus, com membros da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), Instituto Piagaçu Purus e colaboradores do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos do Instituto Mamirauá dos estados do Amapá, Maranhão e Piauí.
    Fonte: 
    http://acritica.uol.com.br/amazonia/populacao-America-Sul-pesquisadores-Amazonas_0_1049895026.html

    quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

    A floração e o perfume dos alfeneiros nas calçadas de São Paulo


    Nos bairros mais antigos de São Paulo as calçadas nessa época ficam com um forte perfume adocicado e agradável que lembra cheiro de madeira recém serrada, e na maioria das vezes fica difícil identificar de onde vem.
    O responsável é uma árvore de origem japonesa que foi muito plantada no passado, o alfeneiro (Ligustrum sp.) de floração abundante em dezembro e bastante apreciada pelas abelhas. Essa espécie foi tão popular antigamente que recebeu o apelido de “pau de praça” já que a população estranhava o fato de ela só existir nas calçadas e praças e nunca no campo, desconhecendo que era importada.
    O alfeneiro não é mais indicado para arborização urbana, por ser exótico, invasor biológico e susceptível a cupins. No seu lugar podem ser plantadas muitas árvores nativas semelhantes em porte, como a canelinha (Nectandra megapotamica).

    terça-feira, 17 de dezembro de 2013

    ubarão-baleia é avistado na Praia da Sepultura, em Bombinhas

    T

    Animal nadava tranquilamente próximo a costa, segundo mergulhadores.
    Espécie vive em águas quentes e se alimenta basicamente de plâncton.

    Do G1 SC
    Tubarão-baleia nadava próximo a costa (Foto: Hugo Fernando Fagotti Pereira/Patadacobra)Tubarão-baleia nadava próximo a costa (Foto: Hugo Fernando Fagotti Pereira/Patadacobra)
    Um grupo de mergulhadores avistou na manhã desta segunda-feira (16) um tubarão-baleia na Praia da Sepultura, em Bombinhas, no Litoral Norte de Santa Catarina. Segundo informações passadas pela empresa que realizava a saída para o passeio, o peixe nadava tranquilamente próximo ao barco e da costa. "Foi a primeira vez que vi tão perto da costa e dava para ver que ele estava saudável, se alimentando", conta Renieri Balestro, diretor de cursos da escola de mergulho.
    Segundo o diretor, o passeio era a finalização do curso de mergulho. "Ele apareceu na hora que o pessoal já tinha voltado para o barco. No local, tinha no máximo três metros de profundidade, e pelo que sabemos, ele não costuma ficar no raso. Achamos que é por causa da quantidade de plâncton que tem na região. Ele chegou bem perto do costão e depois foi para uma região com uma profundidade maior", explica Renieri Balestro.
    O tubarão-baleia, Rhincodon typus, vive em águas quentes e mede entre 9 e 12 metros de comprimento e pode pesar até 13 toneladas. O animal se alimenta de plâncton. De acordo com o instrutor de mergulho, o tubarão tinha entre oito e nove metros de comprimento. "Receonhecemos a espécie por causa das nadadeiras e também por causa da cor da água, era possível ver outras características que o tornam inconfundível", conta.
    Em junho, um animal da mesma espécie foi encontrado encalhado na Praia de Perequê, em Porto Belo, também no Litoral Norte. O macho tinha nove metros de comprimento e cerca de seis toneladas. O animal foi levado para o Museu Oceanográfico Univali, em Balneário Piçarras.

    Descoberta nova espécie de anta no Brasil

    Scientists make one of the biggest animal discoveries of the century: a new tapir


    Jeremy Hance
    mongabay.com
    December 16, 2013




    Scientists have uncovered a new tapir in Brazil: Tapirus kabomani. Photo courtesy of: Cozzuol et al.
    Scientists have uncovered a new tapir in Brazil: Tapirus kabomani. Photo courtesy of: Cozzuol et al.


    In what will likely be considered one of the biggest (literally) zoological discoveries of the Twenty-First Century, scientists today announced they have discovered a new species of tapir in Brazil and Colombia. The new mammal, hidden from science but known to local indigenous tribes, is actually one of the biggest animals on the continent, although it's still the smallest living tapir. Described in the Journal of Mammology, the scientists have named the new tapir Tapirus kabomani after the name for "tapir" in the local Paumari language: "Arabo kabomani."

    Tapirus kabomani, or the Kobomani tapir, is the fifth tapir found in the world and the first to be discovered since 1865. It is also the first mammal in the order Perissodactyla (which includes tapirs, rhinos, and horses) found in over a hundred years. Moreover, this is the largest land mammal to be uncovered in decades: in 1992 scientists discovered the saolain Vietnam and Cambodia, a rainforest bovine that is about the same size as the new tapir.

    Found inhabiting open grasslands and forests in the southwest Amazon (the Brazilian states of Rondônia and Amazonas, as well as the Colombian department of Amazonas), the new species is regularly hunted by the Karitiana tribe who call it the "little black tapir." The new species is most similar to the Brazilian tapir (Tapirus terrestris), but sports darker hair and is significantly smaller: while a Brazilian tapir can weigh up to 320 kilograms (710 pounds), the Kabomani weighs-in around 110 kilograms (240 pounds). Given its relatively small size it likely won't be long till conservationists christen it the pygmy or dwarf tapir. It also has shorter legs, a distinctly-shaped skull, and a less prominent crest.

    "[Indigenous people] traditionally reported seeing what they called 'a different kind of anta [tapir in Portuguese].' However, the scientific community has never paid much attention to the fact, stating that it was always the same Tapirus terrestris," explains lead author Mario Cozzuol, the paleontologist who first started investigating the new species ten years ago. "They did not give value to local knowledge and thought the locals were wrong. Knowledge of the local community needs to be taken into account and that's what we did in our study, which culminated in the discovery of a new species to science."

    A pair of Kobomani tapirs caught on camera trap. The individual on the left is a female and on the right a male. Females of the new species are characterized by a light patch on lower head and neck. Photo courtesy of Fabrício R. Santos.
    A pair of Kobomani tapirs caught on camera trap. The individual on the left is a female and on the right a male. Females of the new species are characterized by a light patch on lower head and neck. Photo courtesy of Fabrício R. Santos.

    Cozzuol first found evidence of the new species a decade ago while looking at tapir skulls, which were markedly different than any other. Researchers then collected genetic material and tapir specimens from local hunters and the Karitiana Indians. Extensive research into both the tapir's physical appearance (morphology) and its genetics proved that the researchers were indeed dealing with an as-yet-undescribed species of megafauna. Amazingly, this new species of tapir was actually hunted by Theodore Roosevelt in 1912 with a specimen from his exploits still resting in the American Museum of Natural History in New York to this day. At the time of his hunt, Roosevelt wrote that the local hunters called the tapir a "distinct kind."

    "[Indigenous people] were essential," co-author Fabrício R. Santos told mongabay.com, "particularly because they know about this 'variety' for decades, if not, centuries, and the hunters can precisely differentiate both species, because all of skulls they provide us matched our morphometric and DNA analyses."

    Tapirs first appeared around 50 million years ago in the Eocene and are considered living fossils because they haven't changed much since then. They are easily identifiable by their massive size and their distinct, impressively-flexible proboscis, which the animal employs to grasp vegetation. Despite their bulk, tapirs are generally considered shy and elusive and are mostly active at night. They are also excellent swimmers and despite reputations in some countries for being slow (the name for tapir in Portuguese translates loosely to "jackass"), they are in fact quite intelligent, charismatic animals. Tapirs first evolved in North America and then migrated to Asia, South America, and even Europe in a tapir evolutionary-extravaganza before many species died out. Today, five species remain: four are found in Central and South America (the Brazilian tapir, mountain tapir, Baird's tapir, and the new Kabomani) while one species survives in Asia (the Malayan tapir).

    The new tapir has a distinct head shape. Photo courtesy of Fabrício R. Santos.
    The new tapir has a distinct head shape. Photo courtesy of Fabrício R. Santos.

    The genetic research shows that the Kabomani tapir separated from its closest relative, the Brazilian, around 300,000 years ago. This means by the time humans first arrived in South America, the Kabomani tapir had long been separated from its relatives, although Brazilian tapirs and the Kabomani still share some of the same habitat today. The species is most common in the upper Madeira River where both forest and savanna habitat are present. When one of these ecosystems begins to dominate, however, the species becomes rarer. The scientists hypothesize in their paper that the species may have evolved "during dry periods of the Pleistocene, associated with forest fragmentation."

    Moreover, the extensive genetic research undertaken by the scientists shows that the Brazilian tapir and the mountain tapir (Tapirus pinchaque) are quite closely related (more closely than the Kabomani tapir), which could mean a recent break between the two species with mountain tapirs quickly evolving to the high-altitude Andean cloud forests or something even more surprising.

    "There may be another species inside what we call Tapirus terrestris, particularly the individuals found in the Amazon of Ecuador, and northern Peru," says Santos.

    As megafauna, tapirs have been hunted by humans for thousands of years and still play a very important role in many indigenous tribes, both as food prey and in mythologies. In addition, these large animals are vital to the ecosystems they inhabit.

    "As seed predators and dispersers, they have key roles in the dynamics of rain forests, Cerrado, Pantanal, and high mountain ecosystems," the scientists write in the paper.

    The new species is further characterized by dark fur. Photo courtesy of Fabrício R. Santos.
    The new species is further characterized by dark fur. Photo courtesy of Fabrício R. Santos.

    All of the world's tapir species are currently listed as threatened with extinction due to overhunting and habitat destruction, and the scientists believe the Kabomani will be no different. In fact, given its scarcity and possibly smaller habitat than other tapirs, it could be hugely imperiled.

    "[The Brazilian tapir] is considered Vulnerable by the IUCN, it lives in most of biomes of South America, and Tapirus kabomani was only found in Amazon areas with open grasslands. Because the new species is scarce, and more restricted in their local habitat, it should be much more threatened than the common tapir," notes Santos.

    Moreover, the region of the Amazon where the tapir was discovered is facing heavy human pressures, including two large dams and massive road-building projects, in addition to high deforestation rates.

    "Southwestern Amazonia is currently undergoing intense landscape modification by deforestation and increasing human population. The region is likely threatened more by global warming than are other South American regions and it is considered a biodiversity hot spot with undocumented species richness," the researchers write.

    Now that the new tapir has finally been revealed to the global public, scientists and conservationists have their work cut out for them.

    "Our next stage of research is to determine the actual distribution of occurrence and conservation status of the new species," says co-author Flávio Rodrigues, professor of ecology at UFMG. In fact, scientists suspect the new species may also be found in the Guiana Shield in the eastern Amazon, according to photographs and local knowledge from both Brazil and French Guiana.

    The discovery of this new megafauna—so long-hidden to science—proves the invaluable contribution that indigenous people can make it science, if only they are more regularly consulted and respected, according to the researchers. It also proves once again that the natural world remains full of surprises.

    Painting of the new tapir species. Painting courtesy of Fabrício R. Santos.
    Painting of the new tapir species. Painting courtesy of Fabrício R. Santos.

    Brazilian tapir in Yasuni National Park, Ecuador. Photo by: Jeremy Hance.
    Brazilian tapir in Yasuni National Park, Ecuador. Photo by: Jeremy Hance.

    Citation:


    • Mario A. Cozzuol, Camila L. Clozato, Elizete C. Holanda, Flavio H. G. Rodriques, Samuel Nienow, Benoit De Thoisy, Rodrigo A. F. Redonod, and Fabricio R. Santos. (2013) A new species of tapir from the Amazon. Journal of Mammalogy.

    segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

    Site O ECO exibe um passeio virtual pelas Ilhas Galápagos


    Paulo André Vieira 

    As Ilhas Galápagos e suas águas circundantes formam uma província do Equador, um parque nacional e uma reserva biológica marinha. As ilhas são famosos por seu grande número de espécies endêmicas e foram estudadas por Charles Darwin durante a viagem do Beagle. Suas observações e coletas contribuiu para a criação da teoria da evolução de Darwin pela seleção natural.
    As versões mais novas do sistema operacional Android, desenvolvido pelo Google, permitem que qualquer pessoautilize seu smartphone para capturar imagens em 360º e compartilhe com o resto do mundo. Segundo o Google, "as fotos comuns mostram apenas um ponto de vista enquanto as photo spheres englobam outros para que se olhe livremente para cima, para baixo e ao redor, de modo a explorar toda a cena". As fotos abaixo estão disponíveis em uma nova galeria do Google Maps chamada Views, onde estas e muitas outras imagens incríveis podem ser vistas.
    Aprecie as imagens abaixo e sinta o gostinho de como é visitar as Ilhas Galápagos. Mas não se esqueça, se tiver a oportunidade de conhecê-las pessoalmente, nao pense duas vezes.



    Nicolelis divulga vídeo de exoesqueleto que deve dar pontapé na Copa.

    O neurocientista Miguel Nicolelis divulgou, neste domingo (15), em seu perfil no Facebook, um vídeo com o movimento do exoesqueleto que será usado por um jovem paraplégico para dar o pontapé inicial na abertura da Copa do Mundo de 2014. O projeto foi batizado pelo cientista de Walk Again (Andar de Novo, em tradução livre).

    "Entre outros movimentos, começamos a testar a habilidade do exoesqueleto em produzir um verdadeiro 'chute brasileiro'", disse Nicolelis.
    Segundo o neurocientista, começa nesta segunda-feira (16) a última fase de testes.
    Em novembro, Nicolelis já havia divulgado imagens tiradas em Paris que mostram uma estrutura metálica presa a um boneco.
    Segundo o neurocientista, o exoesqueleto será controlado por sinais biológicos do cérebro para dar uma resposta tátil ao usuário, isto é, a veste robótica fará com que as pessoas tenham a impressão de sentir o chão enquanto caminham.
    O aparelho está passando por um teste clínico na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).
    O projeto Walk Again tem um deadline preciso, como poucos no mundo da ciência. Até às 17h do dia 12 de junho de 2014, o produto desenvolvido em dois continentes por mais de cem cientistas precisa funcionar diante de 70 mil pessoas e outros quase 3 bilhões telespectadores. "É como pôr um homem na Lua", disse Nicolelis.


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    Conheça as peças do projeto 'Andar de Novo'9 fotos

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    15.dez.2013 - O cientista brasileiro Miguel Nicodelis apresentou um vídeo em sua página no Facebook em que mostra o chute de um exoesqueleto. Chamado "Andar de novo", o projeto tem como objetivo fazer com que um paraplégico consiga dar o pontapé inicial na Copa do Mundo de 2014. Nas próximas semanas, a estrutura metálica deve ser testada por crianças da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente)Reprodução/Facebook/Miguel Nicolelis

    Chimpanzés escolhem suas amizades com base em afinidades, dizem cientistas



    As similaridades que seres humanos têm com chimpanzés é notória. Sabe-se, por exemplo, que nosso DNA tem compatibilidade de 98% com o dessa espécie de primata, mas novas pesquisas revelam ainda mais semelhanças entre o homem e esse animal.

    A descoberta foi possibilitada após a observação de 38 primatas da espécie, em dois zoológicos, com pesquisadores analisando tanto dados obtidos através de estudos comportamentais tanto o toque físico realizado entre os chimpanzés (no mundo animal, um sinal de amizade).
    A mais recente delas está documentada em estudo conduzido pela Universidade de Viena, na Áustria, e pela Universidade de Zurique, na Suíça, que aponta que chimpanzés escolhem companheiros baseados em afinidades comportamentais. O assunto foi destaque no periódico científicoEvolution and Human Behavior.
    Essa foi a primeira vez que essa preferência —também vista em relações humanas e definida cientificamente como homofilia— foi identificada em chimpanzés.
    Para os cientistas, os chimpanzés desenvolveram a homofilia por que lhes proporciona parcerias mais confiáveis, que ocorrem quando dois animais têm tendências comportamentais e estado emocional similares.
    "Descobrimos que macacos mais sociáveis e extrovertidos preferiam a companhia de outros macacos assim, enquanto macacos menos sociáveis e tímidos preferiam estar junto a macacos mais introvertidos", diz o pesquisador Jorg Massen, na divulgação do estudo.