quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Japão diz que pesca de baleia é atividade cultural



<div><object width="457" height="368" id="player_14304686" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" ><param value="true" name="allowfullscreen"/><param value="http://player.mais.uol.com.br/embed_v2.swf?mediaId=14304686&ver=1" name="movie"/><param value="always" name="allowscriptaccess"/><param value="window" name="wmode"/><embed id="player_14304686" width="457" height="368" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" src="http://player.mais.uol.com.br/embed_v2.swf?mediaId=14304686&ver=1" wmode="window" /></embed></object><p><a href="http://carnaval.uol.com.br//2013/salvador/videos/assistir.htm?video=japao-diz-que-pesca-de-baleia-e-atividade-cultural-04028D1C3668C0994326"><strong>Japão diz que pesca de baleia é atividade cultural</strong></a> e outros vídeos - <a href="http://carnaval.uol.com.br"><strong>UOL Carnaval 2013</strong></a></p></div>

O ministério da Agricultura e da Pesca do Japão informou que o país não pretende interromper a pesca das baleias porque a atividade "é cultural". A declaração deixou ainda mais furiosos os ativistas, que estão atacando os navios de pesca. Visite o UOL Notícias

Fonte e vídeo: http://carnaval.uol.com.br//2013/salvador/videos/assistir.htm?video=japao-diz-que-pesca-de-baleia-e-atividade-cultural-04028D1C3668C0994326

Ministro japonês garante que país seguirá pescando baleias


Mesmo diante de diversos protestos liderados por ambientalistas, o Japão não está disposto a parar com a pesca de baleias. O anúncio foi feito na última terça-feira (26), pelo ministro da Pesca e Agricultura, Yoshima Hayashi, conforme noticiado pelas agências internacionais.
O motivo alegado por Hayashi é de que as baleias fazem parte da cultura japonesa e também estão muito presentes nos hábitos alimentares de toda a população. “É cultural e uma longa tradição histórica. O Japão é uma ilha e pescar boas proteínas do oceano é importante para a nossa alimentação. É muito importante para a segurança alimentar”, explicou.
O ministro ainda argumentou que o hábito de se alimentar de animais aparentemente exóticos é comum em diversos outros países. Hayashi citou o fato de os coreanos comerem carne de cachorro e os australianos comerem cangurus.
“Nós nunca dissemos que todo mundo devia comer baleia. Porque não podemos ao menos estar em acordo em nosso desacordo? Nós temos este habito e vocês não”, completou o ministro para justificar seu argumento.
Os protestos por parte de ONGs ambientalistas contra navios baleeiros é bastante comum. O tema já foi alvo de campanhas do Greenpeace e outras organizações que conquistaram adeptos contra a prática em todo o mundo. O Japão é contra a Comissão Internacional da Baleia, que condena a pesca destes animais para fins comerciais. Mesmo assim, o país continua a prática em virtude de uma brecha que permite o uso de baleias em pesquisas. Com informações da France Presse.
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 O Japão não está disposto a parar com a pesca de baleias. | Foto: <a href='http://www.greenpeace.org/international/en/multimedia/photos/june-19-2009-hvalfjordur-fjor-6/' target='_blank'>Greenpeace</a></p>
O Japão não está disposto a parar com a pesca de baleias. | Foto: Greenpeace

Redação CicloVivo

Fonte: http://ciclovivo.com.br/noticia/ministro-japones-garante-que-pais-seguira-pescando-baleias

Mais uma piada ambiental no País que é um circo: Blairo Maggi é o novo presidente da Comissão de Meio Ambiente


Fernando Collor cumprimenta o atual presidente, Blairo Maggi e é observado pelo senador Eduardo Amorim (PSC-SE), que tomou posse hoje como vice-presidente. Foto: José Cruz/Agência Senado.
Foi sem surpresas, para quem acompanha o Congresso, que o senador Blairo Maggi (PT-MT) assumiu a presidência da Comissão Permanente de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle no Senado. O nome dele já estava cotado para o cargo desde antes da eleição que levou Renan Calheiros à presidência do Senado.

A negociação pelos cargos de presidentes de comissões aconteceu em troca de votos para Renan Calheiros (PMDB-AL). Os cargos são ocupados proporcionalmente, de acordo com o tamanho da bancada e um acordo foi costurado. O senador Eduardo Amorim (PSC-SE), assumiu o cargo de vice-presidente na Comissão de Meio Ambiente.

Em discurso, ao tomar posse hoje, Maggi rebateu críticas de senadores ligados ao meio ambiente, afirmando que sua atuação como produtor rural e as medidas que adotou para preservação ambiental em seu estado, quando governador, o credenciaram para assumir a comissão.

“Muitos podem achar que esse não é um lugar para mim, mas posso dizer com toda tranquilidade, conheço bem, sei o que os ambientalistas querem, sei o que os setores produtivos querem e desejam e nós saberemos levar ao bom termo a discussão correta, tranquila e democrática. (...) Sei o desafio que tenho pela frente, mas também já trilhei, já fiz e sei como fazer as coisas acontecerem daqui pra frente”, discursou o nove presidente.

Já se sabia desde janeiro que o nome do senador estava para comandar a Comissão de Meio Ambiente, que antes era presidida pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), assim como de outros senadores que assumiram hoje cargos à frente de outras comissões.

Conhecido como rei da soja e ganhador do troféu Motosserra de Ouro do Greenpeace, em 2005, Maggi foi governador de Mato Grosso e, durante seu mandato (2003-2010), foi considerado um inimigo dos ambientalistas, por que foi apelidado de "estuprador de florestas", mas conseguiu sair da posição destruidor de floresta ao adotar uma série de uma série de medidas para conter o desmatamento em Mato Grosso.

Uma dessas medidas foi a adoção da a moratória da soja, da carne e entre outras medidas. As estratégias usadas para melhorar sua imagem, após inúmeros escândalos ambientais, foram tema de reportagem publicada aqui em ((o)) eco assinada pela repórter Andreia Fanzeres.

Além da Comissão de Meio Ambiente, foram definidos os presidentes de mais 5 comissões.


Fonte: http://www.oeco.com.br/salada-verde/26935-blairo-maggi-e-o-novo-presidente-da-comissao-de-meio-ambiente

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Estudos sobre nova espécie de golfinho



Na Austrália, cientistas tentam descobrir mais informações 

sobre o Orcaella heinsohni, uma espécie de golfinho nova e 

pouco conhecida.

Vídeo:
http://video.br.msn.com/?mkt=pt-br&vid=0b3cb7d3-09f0-8244-3410-29747d6f39a6&from=sharepermalink&src=v5:share:sharepermalink:uuids&from=dest_pt-br


Cidadania sustentável



por Ricardo Young*
Tornar uma cidade sustentável já é muito difícil. O conjunto delas, então, pode parecer impossível. Mas não é. Quer dizer, não será, se governos, sociedade civil e empresas realmente quiserem. A sustentabilidade tem uma dimensão de oportunidade raras vezes compreendida, e exige uma determinação que vai além da vontade política convencional. É uma questão de visão, de profundo entendimento das mudanças que estão emergindo no mercado, na tecnologia, nos valores e no sentido do desenvolvimento.
Ninguém mais discute se o desenvolvimento sustentável é o caminho. A discussão é de como trilhá-lo. Como mitigar as perdas da economia tradicional? Como adotar medidas restritivas de forma não autoritária? Como avançar o marco regulatório sem ser impopular? Essas são algumas das perguntas mais frequentes.
Existem, porém, outras, menos usuais, mas chaves para este novo caminho. Como os problemas da escassez podem se tornar oportunidades? Como as mudanças de hábito podem sugerir novos produtos? Como a reciclagem pode produzir uma nova indústria? Como os serviços da natureza vão mudar a concepção de serviços e da economia? Como políticas públicas podem melhorar a qualidade de vida e avançar a cidadania? Como a mancha urbana pode induzir a criação de ecossistemas saudáveis?
São infindáveis as perguntas que precisam ser feitas. A boa noticia é que não só sua frequência está aumentando como também o escopo amplia-se.
O mundo tem se debruçado sobre o tema das cidades sustentáveis e inteligentes. Desde o Compromisso de Alborg, em 1994, passando pelas iniciativas da UN-Habitat e da C-40, na Rio+20, às do setor privado, não se pensa mais as cidades como antes.
A concepção tradicional de aglomerados urbanos – concentradores de serviços públicos, de atividades econômicas, de habitação e empregos – criou verdadeiros “buracos negros” que a tudo absorvem. Sua força gravitacional impacta centenas de quilômetros em seu entorno, consome a biodiversidade, todos os serviços da natureza e não devolve nada ao ecossistema. Para não se falar na qualidade de vida medíocre, principalmente nos países em desenvolvimento.
O desafio de transformar as cidades em polos irradiadores de serviços ao ecossistema, ao mesmo tempo em que se avance a qualidade de vida e a justiça social, é a chave desta nova concepção de desenvolvimento que arrebata urbanistas, políticos e empresários neste inicio de século.
Muito se tem avançado e temos visto os benefícios. A Rede das Cidades Sustentáveis, ao disseminar a Plataforma das Cidades Sustentáveis nas últimas eleições, conseguiu que, de todos os candidatos signatários do compromisso, 205 prefeitos fossem eleitos, sendo 42 em cidades de mais de 200 mil habitantes. Eles governarão cerca de 25% da população brasileira, sendo 19 capitais.
Essa é uma demonstração do que os movimentos sociais junto com os governos podem fazer pela agenda da sustentabilidade. As empresas também estão contribuindo em múltiplas frentes. No setor da construção civil, firmam-se novos protocolos de construção verde. Os supermercados se reinventam ao incorporar serviços públicos de coleta seletiva. E, na cidade de São Paulo, a votação do Plano Diretor acontecerá com fortíssima influência da Plataforma das Cidades Sustentáveis, inclusive com a formação de uma bancada da sustentabilidade na Câmara de Vereadores.
Muitas empresas perceberam que seu futuro será determinado pela capacidade de absorver novas tecnologias sustentáveis. Os exemplos se multiplicam: do plástico verde aos modernos aterros sanitários produtores de energia; da indústria do saneamento à certificação da madeira; da eficiência energética na linha branca à eficiência motriz da indústria automobilística. A lista é enorme e gradativamente empresas e poder público trabalham para que a agenda da sustentabilidade seja a das cidades para os próximos anos.
As empresas devem traduzir o imperativo da sustentabilidade em produtos e serviços com potencial de induzir a mudança. O poder público deve tornar políticas públicas indutoras e incentivadoras da nova economia, a começar com as licitações e compras públicas. Deve usar também todos os instrumentos de política fiscal e outros disponíveis para acelerar a inovação e as mudanças de hábitos necessárias, incluindo políticas educacionais e de cidadania.
A colaboração intersetorial, pluridimenional e sistêmica está no coração da gestão para a sustentabilidade, seja pública ou privada. Dai decorre também a necessidade de otimizar o uso dos conselhos municipais e estaduais como espaços privilegiados para esse debate.
* Ricardo Young é militante pioneiro da causa da sustentabilidade no movimento empresarial e vereador eleito da cidade de São Paulo.
** Publicado originalmente no site Ideia Sustentável.

http://envolverde.com.br/sociedade/cidadania-sustentavel/

Animação! FMX 2013

Stuttgart Festival of Animated Film / Internationales Trickfilm-Festival Stuttgart 2013.
www.itfs.de

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Fonte: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=M27Rq_Q7nWA

A concentração de CO2 hoje está beirando 400 partes por milhão




por Redação do IHU On-Line
am12 300x199 A concentração de CO2 hoje está beirando 400 partes por milhão“Ciência é algo verificável, baseado em evidências e cumulativo. Mesmo tendo titulação acadêmica, não se pode afirmar qualquer coisa, desconectando-se da realidade”, considera o pesquisador Alexandre Costa.
“Este ano será divulgado o quinto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – IPCC e, apesar do conservadorismo da comunidade científica, as evidências são tão gritantes que, sem dúvida, algumas das afirmações do relatório referentes ao aquecimento global e ao papel antrópico vão ser mais fortes ainda que do quarto”, informa Alexandre Araújo Costa, professor titular da Universidade Estadual do Ceará, em entrevista concedida, por telefone, à IHU On-Line.
Segundo ele, “o IPCC deixa muito claro que o aquecimento global é inequívoco. Ele existe e é antrópico. Não há como explicar esse aquecimento a não ser pelo aumento na concentração dos gases do efeito estufa. Se fosse pela atividade solar e outros efeitos naturais, teríamos tido, na realidade, um ligeiro resfriamento na metade final do século XX, uma diminuição da ordem de 0,1 a 0,2 graus e não um aquecimento de 0,8 graus”.
Alexandre Araújo Costa (foto) é professor, pesquisador e um dos autores do primeiro relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Mestre em Física pela Universidade Federal do Ceará, cursou doutorado em Ciências Atmosféricas pela Colorado State University e possui pós-doutorado pela Universidade de Yale. Foi gerente do Departamento de Meteorologia e Oceanografia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. É professor titular da Universidade Estadual do Ceará e bolsista de produtividade do CNPq.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – O senhor faz parte da corrente de cientistas, que é a grande maioria, que sustenta que há, sim, aquecimento global relacionado à emissão de gases do efeito estufa, entre eles o CO2. Realmente existe o aquecimento global causado por esses gases ou a variação térmica do planeta está relacionada a fenômenos naturais?
alexandre.jpeg 283x300 A concentração de CO2 hoje está beirando 400 partes por milhãoAlexandre Araújo Costa – Ciência é algo bem estabelecido, verificável, baseado em evidências e cumulativo. Mesmo tendo titulação acadêmica, não se pode afirmar qualquer coisa, desconectando-se da realidade. Por exemplo, as espécies animais que existem hoje surgiram há 6 mil anos atrás do jeito que são? É evidente que não, pois isso contraria as evidências. Do mesmo modo, negar o aquecimento global é contrariar medições, dados, evidências. Então, é preciso ser bem claro. Não existe mais debate na comunidade científica quanto a isso. O pesquisador analisa dados, submete artigos, isso é debatido em congressos científicos, isso é avaliado para publicação em periódicos. E, obviamente como são hipóteses testáveis, esse processo é repetido várias vezes. No nosso caso específico, existe um corpo de evidências tão grande quanto o que existe a favor da evolução das espécies ou da gravitação universal.
Caminho científico
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – IPCC existe desde 1988, com o objetivo de contribuir para o entendimento dos processos climáticos. Sou um dos autores principais do primeiro relatório do Painel Brasileiro das Mudanças Climáticas, que funciona na mesma lógica, inclusive com a mesma distribuição de trabalho em grupos (bases físicas, vulnerabilidade e impactos e mitigação) e posso lhes dizer como funcionam os painéis. O IPCC não faz nada que não seja levantamento de literatura. Ou seja, não existe uma ciência produzida pelo IPCC à parte da ciência do clima e das demais áreas do conhecimento, que se reflete no que é publicado em revistas tais como a Science e a Nature, além de inúmeras publicações da área em outros meios. Junto à comunidade de cientistas ativos, que desenvolvem pesquisa independente e publicam, existe um claro consenso em torno da existência do aquecimento global e de suas causas. Infelizmente, existe uma distorção disso junto à opinião pública, que é, na verdade, consequência de uma exposição desproporcional dos que defendem a negação das mudanças climáticas, algo que se assemelha ao criacionismo ou do geocentrismo.
Levantamento histórico
O que a ciência tem é atestado por medidas de superfície, de rádiossonda, de satélites. Outro ponto é que o aquecimento não se restringe à temperatura da superfície e do ar, pois existe um fluxo de calor para o planeta que interfere em outros componentes do sistema climático. Na Física básica, aprende-se que existe o calor sensível, que envolve mudança de temperatura sem mudar a fase e o calor latente, que, por exemplo, faz com que o gelo derreta sem mudar a temperatura. Quando dizem “não houve mudança significativa de temperatura, nos últimos 5, 6 anos”, isso é uma meia verdade, pois houve um aumento do conteúdo de calor dos oceanos, sem contar que o que aconteceu com as calotas polares, que perderam massa, principalmente no Ártico. Tudo isso é perfeitamente compatível com o que é fundamental nesse processo todo, que é um desequilíbrio energético: existe mais energia chegando no planeta na forma de radiação de onda curta, isto é, solar, do que deixando o planeta na forma de radiação de onda longa, ou infravermelho. Por conta desse desequilíbrio energético, o planeta está aquecendo, conforme o esperado para uma concentração de CO2 beirando 400 partes por milhão.
Experimentos
É muito estranho e sinto até um certo constrangimento em ovir alguém dizer que o CO2 não exerce controle sobre o clima. Ora, a primeira estimativa do potencial de aquecimento do clima causada por um eventual aumento de CO2 foi feita ainda no século XIX por Arrhenius, uma estimativa razoável para a época. É um fato: nós estamos em meio a um experimento climático planetário involuntário de grandes proporções, que está mudando a face do planeta. Nas eras glaciais, a concentração desse gás era de 180 ppm e nos interglaciais dos últimos 800 mil anos não ultrapassou 300 ppm. Mais: não há registro na história da Era Cenozóica, nos últimos 65 milhões de anos, de existência da calota polar do Ártico em períodos com concentrações de CO2 acima de 400 partes milhão. Há 34 milhões de anos, quando surgiu a calota polar da Antártica, isso aconteceu justamente quando a concentração de CO2 baixou de 500 ppm (partes por milhão). Toda a história do nosso planeta mostra, portanto, uma relação íntima entre CO2 e temperatura.
IHU On-Line – Centros de pesquisa como do Met Office, de Oxford a Berkeley, e entidades globais defendem que existe o aquecimento global. O senhor considera que há o risco destas instituições estarem envolvidas em manipulação de informações para defender interesses dos países ricos?
Alexandre Araújo Costa – Pensar nessa possibilidade é pensar em uma teoria da conspiração inteiramente fantasiosa, além do que chega a ser ofensivo para nós, cientistas. A comunidade científica do clima é a mais transparente que existe. Exatamente porque o clima não tem fronteiras, nossa ciência não tem fronteiras também. Os dados coletados, os resultados de modelos estão aí para todo mundo. Então a resposta é muito clara: não. Não há manipulação de dados pelos centros. Para que isso pudesse ser uma história coerente, teria que ter todos os cientistas da área envolvidos nessa conspiração. Além deles, todos os editores das revistas científicas que publicam artigos com os resultados. Teria que ter corrompido as empresas que fabricam sensores meteorológicos, porque os dados de muitos sensores chega automaticamente e por aí vaí…
Interesses
Se há interesses em jogo, posso garantir que não há interesse maior do que o das companhias de combustíveis fósseis em confundir a opinião pública. É claro que há empresas que querem vender seus aerogeradores, seus painéis solares, etc. Sem dúvida alguma. Mas veja: entre as maiores empresas do mundo, a de maior faturamento é a Shell, a segunda é Exxon. Da lista de 12 maiores companhias do mundo, só o Walmart não pertence ao ramo do petróleo, automobilístico, do gás natural ou do carvão mineral. Há também uma pesquisa que mostra claramente o envolvimento desse setor com os bancos, com os executivos destes tendo assento no conselho deliberativo dessas companhias e vice-versa. E essas corporações poderosíssimas tentam confundir a opinião pública para atrasar as medidas necessárias para conter o aquecimento global, para que seus lucros gigantescos não se reduzam. É a mesma tática utilizada pela indústria do tabaco que, mesmo diante de todas as evidências de câncer ligado ao fumo, conseguiu ganhar muito tempo, semeando dúvidas que não deveriam existir. Sobre o clima, é até espantoso que nós cientistas tenhamos conseguido fazer minimamente que nossas descobertas sejam vistas, sejam ouvidas, passando por cima dessas corporações.
IHU On-Line – É possível estabelecer um diálogo entre estas duas correntes, isto é, os que atribuem o aquecimento da superfície terrestre aos gases do efeito estufa e os que negam essa relação?
Alexandre Araújo Costa – O que existe é o método científico. A ciência é totalmente aberta e há um diálogo constante na comunidade científica com base neste método. Tipicamente, em suas pesquisas, obtêm-se resultados que devem ser reportados em um artigo e submetidos à apreciação editorial de revistas e periódicos. Os pares avaliam, questionam, verificam a correção do método, a qualidade e o mérito do trabalho. O que se pode chamar de diálogo se dá desta forma, através da literatura científica, porque em ciência é preciso estar amarrado em evidências. Nesse contexto, o IPCC cumpre justamente o papel de facilitar, acelerar e qualificar o diálogo na comunidade científica, ao produzir aquilo que são certamente o mais rico compêndio da ciência contemporânea: os seus relatórios. Neles, para se obter, digamos, uma estimativa da influência do sol ou do CO2 no clima nos últimos 250 anos, consideram-se as estimativas feitas por vários autores. O número que o IPCC mostra, que é uma média de todas essas estimativas (publicadas em artigos revisados), é que o acúmulo de energia devido ao CO2, em 2007, já era oito vezes maior que a contribuição das variações na atividade do sol.
IHU On-Line – Quais foram os principais avanços científicos que permitem garantir que o aquecimento global, atualmente, decorre da intervenção humana no planeta?
Alexandre Araújo Costa – Agora temos uma rede de sensores observacionais bastante significativa. Uma das recentes lacunas, mas que está mais próxima de ser preenchida, são as medidas nos oceanos. Hoje existe uma rede de boias que permite quantificar o conteúdo de calor oceânico e entender melhor os fluxos de energia. Afinal, sabe-se que os continentes aquecem e esfriam muito rapidamente, e a maior contribuição para a termodinâmica do clima vem dos oceanos. Na verdade, mais de 90% do desequilíbrio energético associado ao aumento do CO2 é energia que vai para os oceanos. Uma fração menor vai para o gelo, outra para a superfície, outra para a atmosfera. Se formos verificar o que tem acontecido, perceberemos que o aquecimento é muito mais visível quando monitoramos os oceanos.
Monitoramento instantâneo
Os satélites também têm permitido que nós possamos fazer o monitoramento global como nunca antes se imaginou, principalmente das calotas polares, onde os resultados são dramáticos. O gelo marinho não tem apenas diminuído em área; ele tem diminuído em volume. Além de estar cobrindo uma área menor, tendo chegado ao menor valor da história no ano de 2012, ele tem se tornado muito menos espesso. A estimativa em 1979 era de que o gelo marinho do Ártico ocupava 16.855 quilômetros quadrados. Em 2012, são apenas 3.261 quilômetros quadrados.
Projeções conservadoras
Com base nessas novas observações e a partir dos relatórios do IPCC, é possível aferirmos as projeções com a realidade. Em termos da temperatura da superfície, a evolução recente da temperatura, tem estado perfeitamente dentro do intervalo de projeções, determinado a partir dos vários resultados de modelos diferentes, de vários grupos de pesquisa. Já nas outras questões, as projeções têm-se mostrado conservadoras. A expectativa era a de que os oceanos, no começo deste século, se elevassem a uma taxa de 2 milímetros por ano, mas o que a realidade mostra são 3,3 milímetros por ano, correspondendo ao valor mais “alarmista” dentre as projeções de 2007. Hoje, todos sabemos que a projeção de elevação do nível do mar vem sendo subestimada.
Outra projeção que se mostrou muito “cautelosa” é a de perda de gelo nas calotas. A média de degelo que se viu no Ártico em 2012 somente era esperada para 2030, pelo mais pessimista de todos os modelos e para 2060 considerando-se a média de todas as projeções. Havia até modelos que apontavam que chegaríamos no final do século e não teríamos o degelo de 2012. A questão é mais grave porque há, aí, mecanismos de retroalimentação. O gelo é mais brilhante do que o oceano e o solo, ou seja, tem maior albedo, então quando ele derrete expõe uma superfície mais escura, que absorve mais radiação solar, aquecendo o planeta mais rapidamente. Quando se tem um degelo na superfície, a tendência também é que a água de cima da superfície pressione o gelo e consiga perfurar a calota e chegar até a base, levando à ruptura de grandes blocos de gelo. Por fim, sabe-se hoje que o gelo mais novo deixa passar mais raios solares o que gera um aquecimento no oceano abaixo. Esses aspectos não eram levados em conta pelos modelos até recentemente, e isso faz muita diferença.
IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?
Alexandre Araújo Costa – Este ano será divulgado o quinto relatório do IPCC e, apesar do conservadorismo da comunidade científica, as evidências são tão gritantes que, sem dúvida, algumas das afirmações do relatório vão ser mais fortes ainda que do quarto. O IPCC deixa muito claro que o aquecimento global é inequívoco. Ele existe e é antrópico.
Combustíveis fósseis
Nós sabemos que o aquecimento global vem da queima de combustíveis fósseis por uma razão muito simples. São vegetais soterrados há milhões de anos que se decompuseram e se transformaram em hidrocarbonetos. A composição isotópica é diferente entre a atmosfera e as plantas que, quando fazem fotossíntese, dão “preferência” ao carbono 12. Quando as plantas apodrecem, milhões de anos depois, os átomos de carbono permanecem. Portanto, os combustíveis fósseis têm uma composição de carbono 12 e 13 diferente da atmosfera, ou seja, são pobres em carbono 13. Se eu queimar combustíveis fósseis e colocar na atmosfera o resultado da queima, vou diminuir a proporção de átomos de carbono 13, que é exatamente o que está acontecendo! Sabemos que o planeta aquece, sabemos que isso se dá principalmente pela elevação das concentrações de CO2 e sabemos exatamente de onde esse aumento vem. Para mim, não há dúvida de que as distorções existentes entre a comunidade científica e o que é veiculado midiaticamente estão relacionadas aos interesses da indústria petroquímica e, no Brasil, a outro componente: o agronegócio. Basta ver o relatório do Aldo Rebelo, de desmanche do Código Florestal, que lançou mão de argumentos de negação do aquecimento global.
Desigualdade, quem sofre são os mais pobres
Outra coisa que é fundamental ressaltar é a desigualdade no processo todo. Quem lucrou com as emissões foram meia dúzia de corporações. Quem é mais pobre é que sofre mais com os impactos. É sobre o pescador que depende dos peixes, que dependem dos corais e pequenos moluscos cuja sobrevivência está sendo comprometida por conta da acidificação dos oceanos, resultado da dissolução do CO2 acumulado na atmosfera. Também são esperados mais eventos extremos com os climas mais quentes, tanto mais enchentes quanto mais secas.
Não é à toa que habitantes de países insulares têm apresentado reivindicações muito claras em relação ao que se refere ao clima, porque buscam que a concentração de CO2 volte para 350 partes por milhão. Esse é o nível seguro que evitaria o aquecimento de um grau. Acima dessa concentração, como já estamos, os impactos esperados sobre esses países são enormes, não só devido à elevação dos oceanos, o que pode fazer alguns deles praticamente desaparecerem ao longo desse século, como também pode comprometer, já nos próximos anos, seus lençóis freáticos, ficando sem água potável.
Energia renovável
O Brasil poderia dar um bom exemplo e sair dessa lógica de hidrelétricas de grande porte e termelétricas, que teve continuidade no governo Dilma, em relação ao de FHC. Hoje, 5% da energia total da Alemanha vem de energia solar, grande parte delas de cima do telhado das casas. Eles têm um plano de em dez anos desativar todas as usinas nucleares exatamente em função do crescimento da energia solar. O local do Brasil onde tem menos radiação solar tem 40% a mais que a Alemanha. Imagina se o governo subsidiasse estes painéis! Eu acho que para as famílias de baixa renda seria doar mesmo e, para a classe média, subsidiar ou criar linhas de crédito. Esse é o caminho.
Zerando o desmatamento e com os recursos renováveis que temos em abundância, o Brasil poderia ser um país de emissão zero, exceto pelo transporte, que também pode evoluir com a necessária aposta no transporte público. O Brasil poderia, então, “falar grosso”, não só com Estados Unidos, mas também com a Comunidade Europeia, com a China e com a Índia, que não têm cortado as emissões em níveis aceitáveis. Em relação às políticas públicas de incentivos ao transporte individual, como a redução de IPI, supostamente para preservar os empregos dos trabalhadores, o país criou algumas cidades com o trânsito totalmente inviabilizado, sem falar da emissão enorme de CO2. É preciso um transporte coletivo bom e barato. É um direito nosso de ir e vir, casado com a necessidade de reduzir emissões.
* Publicado originalmente no site IHU On-Line.
(IHU On-Line) 

Fonte: http://envolverde.com.br/sociedade/a-concentracao-de-co2-hoje-esta-beirando-400-partes-por-milhao/

Filhote de suçuarana é adotado pelo centro de animais da Unesp



Nino, com cerca de 40 dias, é alimentado pela médica veterinária residente Daniela Akemi.Foto: Aline Grego.
Portegido e alimentado, nem parece que esse filhote de suçuarana, também conhecido por onça parda (Puma concolor) é um sobrevivente. Foi adotado no final de novembro, com menos um mês de vida, após sua mãe ser atropelada em uma rodovia em Ituverana, divisa dos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Atualmente, vive sob os cuidados dos veterinários do Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres (Cempas) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp, Campus de Botucatu.

Virou sensação no Centro. Por causa das inúmeras perguntas sobre o sexo do bichano, ganhou o nome de Nino. 'É Nino de menino. As pessoas o chamavam de onça, ou perguntavam pela onça, daí respondíamos que era menino e ficou Nino', afirma o professor Carlos Teixeira, em entrevista ao portal da Instituição.

O filhote está com quase 4 meses e pesa mais de 6 kg. Quando chegou, no final de novembro, pesava menos de 1 kg. “Ele ficará no Cempas para que possamos acompanhar seu crescimento e dieta, pois há uma variedade de doenças nutricionais que podem afetar esses animais enquanto filhotes”, afirmou Guilherme Duarte, médico veterinário residente do CEMPAS, em entrevista por email a ((o)) eco.

Não ligue para a mamadeira rosa, é um menino. Foto: Aline Grego
Pelo menos até completar 6 meses, o filhote terá sua moradia garantida no Cempas de Botucatu. A avaliação da equipe que cuida do Nino é que ele dificilmente retornará à natureza, pois desde muito pequeno tem contato com pessoas e não conseguiria se adaptar.

“Após passado o período crítico o colocaremos a disposição dos órgãos competentes para que possa ser encaminhado a um Zoológico, criadouro ou qualquer instituição apta a recebe-lo, porém apenas a secretária do Meio Ambiente poderá autorizar essa transferência”, explicou Duarte.

A onça parda é uma espécie classificada como vulnerável. A principal ameaça à sobrevivência da espécie vem por perda de seu habitat e caça ao animal.

Fonte: http://www.oeco.com.br/fauna-e-flora/26931-filhote-de-sucuarana-e-adotado-pelo-centro-de-animais-da-unesp

São Paulo: nada de royalties para o meio ambiente



A Constituição Federal assegura aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo, gás natural ou de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração (art.20, § 1º).

No Estado de São Paulo, a Lei Estadual n. 7.663/91 instituiu o Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO. Esse Fundo destina-se a dar suporte financeiro à Política Estadual de Recursos Hídricos. E a lei paulista estabeleceu originalmente que uma de suas fontes de receita seria parte da compensação financeira que o Estado receber pela exploração de petróleo, gás natural e recursos minerais em seu território.

Um ano após a edição da Lei Estadual de Recursos Hídricos, a Lei n. 7.964, de 16 de julho de 1992, que deu nova denominação ao Fundo de Expansão Agropecuária (hoje conhecido como “Banco do Agronegócio Familiar – FEAPBANAGRO”), assim passou a reger o tema em foco:

Artigo 2º - Constituem recursos do Fundo: (...) VI – a compensação financeira devida ao Estado, por força do disposto no § 1º do artigo 20 da Constituição Federal, pela exploração de recursos minerais, petróleo e xisto betuminoso, excluída a parcela destinada aos municípios, nos termos do artigo 9º da Lei Federal nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989; (...)

Parágrafo único - O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, consignará, anualmente, em seu orçamento, os recursos destinados ao Fundo.

Confrontando-se as duas leis, nota-se que, enquanto a que criou o FEHIDRO referia-se a parte da compensação financeira, a legislação do agronegócio reivindicou todos os recursos dos royalties para si. Ou seja, privilegiou-se a capitalização de um único fundo (o “Banco do Agronegócio Familiar”) em detrimento de todos os outros fundos, existentes ou que eventualmente pudessem vir a ser criados para uma ampla compensação socioambiental pela exploração mineral no Estado de São Paulo.

Segundo o art. 225, “caput”, da Constituição Federal, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. Constitucionalmente, as futuras gerações são sujeitos de direito em nosso ordenamento jurídico.Tomemos a definição de compensação constante do Dicionário Aurélio: a atual destinação que é dada aos royalties do petróleo e da mineração em São Paulo não estabelece equilíbrio, não repara danos; não constitui execução de ação modificante ou supletiva, de forma a melhorar o desempenho de um sistema, em âmbito geral; não extingue simultaneamente (encargos recíprocos de dois devedores); não repara (um mal) com um bem correspondente; não indeniza, ressarce ou recompensa as futuras gerações nem as gerações atuais que são atingidas pela degradação socioambiental causada por tais atividades econômicas. Até mesmo se resolvêssemos adotar os cânones do Direito Privado (art. 380, primeira parte, do Código Civil Brasileiro) , concluiríamos pela antijuridicidade do art. 2º, inc. IV, da Lei Estadual n. 7.964/92-SP, pois não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro.

Por isso, é flagrantemente inconstitucional pretender que os prejuízos sofridos pelas futuras gerações em razão da exploração de recursos naturais não renováveis (petróleo, gás natural, minérios) possam sercompensados a partir da destinação dos royalties a um “Banco do Agronegócio Familiar”.

Seria muito bom que o legislador paulista promovesse a adequação das Leis Estaduais 7.663/91 e 7.964/92 aos ditames constitucionais voltados à promoção dos direitos das futuras gerações, que são os sujeitos de direito que devem ser compensados pela impossibilidade de uso e gozo dos recursos não renováveis hoje explorados. E, naturalmente, também às gerações presentes, cuja qualidade de vida é reduzida em razão da degradação ambiental que decorre dessa atividade econômica.


Fonte: http://www.oeco.com.br/guilherme-jose-purvin-de-figueiredo-lista/26932-sao-paulo-nada-de-royalties-para-o-meio-ambiente

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Após novo incidente, Japão afirma que não vai parar com a pesca das baleias


Embarcação da ONG Sea Shepherd colide com baleeiro japonês na Antártica. (Foto: AFP)

O Japão não pretende interromper a pesca das baleias, uma atividade "que faz parte da nossa cultura", afirmou nesta terça-feira à AFP o ministro da Agricultura e da Pesca. Nesta última segunda-feira (25), um novo incidente na Antártica envolvendo barcos pesqueiros e embarcações comandadas por defensores dos animais levantou a questão.

"É cultural e uma longa tradição histórica. O Japão é uma ilha e pescar boas proteínas do oceano é importante para nossa alimentação. É muito importante para a segurança alimentar", disse Yoshimasa Hayashi em entrevista.
Quando perguntado se o Japão poderia vislumbrar o fim desta prática, muito criticada por diversos países, Yoshimasa Hayashi respondeu: "Acredito que não".
"Eu venho de Shimonoseki", lembra, evocando a cidade portuária do oeste do país, de onde partem muitos baleeiros japoneses para a pesca anual na Antártica.

Navio de pesca japonês utilizou jatos de água para repelir os defensores das baleias. (Foto: AFP)
"Nós nunca dissemos que todo mundo devia comer baleia. Porque não podemos ao menos estar de acordo em nosso desacordo? Nós temos este hábito e vocês não", argumentou o ministro.
Para Hayashi as críticas internacionais contra o Japão "são ataques culturais, preconceitos contra a cultura nipônica". "Em alguns países come-se cachorro, na Coreia por exemplo, na Austrália come-se canguru. Nós não comemos estes animais, mas não pedimos para que estes países deixem de fazê-lo porque entendemos que isso faz parte de suas culturas. Então eu peço: por favor, entendam a nossa".
Sobre a Comissão Internacional da Baleia (CIB), a posição do Japão "nunca mudou. É por isso que eu não acredito que o Japão vai proibir a pesca de baleias", explicou.
Os baleeiros japoneses e os barcos da associação ambientalista Sea Shepherd se chocaram novamente na Antártica. Um acusa o outro de ter começado a agressão nas águas da Antártica
O Japão caça baleias em virtude de uma tolerância da Comissão Internacional da Baleia para a pesca com fins de pesquisa, ainda que a carne destes animais termine nos açougues. O organismo internacional condena qualquer pesca de baleia para fins comerciais.

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/jap%C3%A3o-vai-parar-pesca-das-baleias-125530194.html

Mais desmatamento na Amazônia



por Bernardo Camara, do Greenpeace
desmatamento1 Mais desmatamento na Amazônia
Foto: Karla Gachet / Panos / Greenpeace

Depois de ter atingido seu menor índice anual – 4.656 km2 – o desmatamento na Amazônia voltou a subir, mês a mês. Segundo o Boletim do Desmatamento do Imazon, que acaba de ser divulgado, houve um aumento de 6% no último mês, comparado ao mesmo período do ano anterior. Mas se o recorte for de agosto de 2012 a janeiro de 2013, a subida é de 118% em relação a um ano antes.
Os dados são do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), que enfrentou 61% da área florestal coberta por nuvens. Ou seja: os números podem ser ainda maiores. O estado do Amazonas liderou o salto, com 192% a mais nas derrubadas (de 53 km2 para 156 km2). Foi seguido pelo Pará – com aumento de 160% – e por Mato Grosso, com 134%.
De acordo com cálculos do Imazon, todas essas derrubadas comprometeram ao menos 1 milhão de toneladas de CO2 equivalente. Isso só em janeiro. Se pergarmos todo o período entre agosto e janeiro, o número vai para 68,5 milhões de toneladas – um aumento de 71% em relação ao ano anterior.
Um dos antídotos para esse cenário depende de você para virar realidade: o projeto de lei popular do desmatamento zero. Mais de 757 mil pessoas já assinaram para transformar em lei o fim da devastação. Assine também e compartilhe com seus amigos.
* Publicado originalmente no site Greenpeace.
(Greenpeace) 

Fonte: http://envolverde.com.br/noticias/mais-desmatamento-na-amazonia/

Uma raridade descoberta na Mata Atlântica



É a primeira espécie da rara família descrita em regiões tropicais da América do Sul. A 'Merope tuber' (foto) é encontrada na América do Norte. Fotos: Ricardo Kawada
Manaus, AM - Uma armadilha para capturar vespas, armada no Pico Eldorado, município de Domingos Martins (ES), levou a uma surpreendente descoberta: um inseto raro de uma família da qual até então só se conhecia duas espécies vivas, uma na Austrália e outra na América do Norte. A descrição do bicho, denominado Austromerope brasiliensis, foi publicada por brasileiros na edição de 15 de fevereiro na revista Zookeys.

Apenas um indivíduo foi pego na rede. Ele tem aproximadamente dois centímetros de comprimento, dois pares de asas e uma extensão na parte traseira em forma de fórceps, que o distingue claramente de outros insetos conhecidos. Na verdade, estas extensões fazem parte do seu órgão sexual masculino e são usadas provavelmente para agarrar as fêmeas durante o acasalamento.

Detalhe do peculiar forceps que caracteriza esta família de insetos.
Os insetos munidos desses órgãos sexuais agigantados são classificados em uma ordem chamada de Mecoptera, que no Brasil incluem cerca de 20 espécies descritas. Em algumas espécies denominadas moscas-escorpião, o órgão sexual se assemelha a um ferrão. Dentro dessa ordem está a rara e pouco conhecida família Meropeidae, que inclui a A. brasiliensis e cujo nome popular em inglês (forcepflies) poderia ser traduzido por mosca-forcéps.

O entomólogo Ricardo Kawada talvez ainda não soubesse quão inusitada era a presença daquele bicho entre tantos insetos capturados, mas lembrou de um colega que poderia ajudar a descobrir que coisa era aquela. Quando trabalhava em uma coleção natural em Manaus, ele conheceu Renato Machado, que estudava justamente esta ordem, a Mecoptera.

Assim que viu as imagens, Renato José Pires Machado percebeu que se tratava de algo novo. “Eu achei muito parecido com as outras duas espécies e logo identificamos como pertencente à família. Depois disso veio o processo de descrição. Mas com certeza assim que bati o olho, já sabíamos que era algo novo”, conta.

Não é por acaso que o bicho tenha passado tanto tempo incógnito. Apesar dos pesquisadores saberem quase nada sobre ele, com base no pouco que se conhece das outras duas espécies, acredita-se que ele viva escondido sob folhas e galhos secos no chão e tenha hábitos noturnos. “Devido ao tamanho reduzido e pelo fato de estar sempre escondido, nunca foi visto antes”, destaca Machado.

A 'Austromerope brasiliensis' é a primeira da família descrita na América do Sul. Até hoje ninguém encontrou larvas de nenhuma espécie do grupo.
É um animal ainda cercado de muito mistério. Os cientistas ainda não conhecem outras fases da vida desse inseto. Nunca foram encontradas, por exemplo, larvas desta família. Mas os pesquisadores têm teorias que explicam, por exemplo, como uma família tão rara está dispersa em locais tão distantes do mundo.

A existência de um fóssil da mesma família, encontrado lá na Sibéria, comprova que ancestrais desses bichos viveram no período Triássico, entre 250 e 200 milhões de anos atrás. “A nossa explicação para esta distribuição é que a família é mais antiga ainda. Ela surgiu quando todos os continentes estavam unidos em um único continente chamado Pangéia”, afirma Machado. Existem vários outros casos de insetos e outros animais que possuem a mesma distribuição.”

Machado conta que existem pesquisadores nos Estados Unidos em busca de larvas dos insetos desta família. É uma corrida em busca de novidades. Mas talvez até por uma brincadeira da natureza, a novidade veio de um lugar onde nem se sabia que esses bichos pudessem ser encontrados. Agora, as armadilhas continuam a ser armadas na região do Pico Eldorado. E sempre existe a possibilidade de serem encontrados novos indivíduos da espécie, que possam ajudar a conhecer melhor esta rara família.

Fonte: http://www.oeco.com.br/noticias/26920-uma-raridade-descoberta-na-mata-atlantica

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Brasil desenvolve modelo de mudanças climáticas globais


Por Elton Alisson

Agência FAPESP – No mundo hoje, há poucos países que lideram os avanços científicos em modelagem climática. A maioria deles – como os Estados Unidos, por exemplo – está no Hemisfério Norte. A Austrália era o único país no Hemisfério Sul que possuía essa capacidade. Após desenvolver por 30 anos modelos climáticos próprios, porém, o país abandonou seus esforços na área e optou por importar e ajudar a aprimorar um modelo do Hadley Centre for Climate Prediction and Research , da Grã-Bretanha.
Agora, o Brasil acaba de preencher essa lacuna deixada pela Austrália e se credenciou ao seleto grupo de países capazes de desenvolver um modelo, validar e simular as mudanças climáticas globais.
Pesquisadores de diversas instituições, integrantes do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), da Rede Brasileira de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Mudanças Climáticas (INCT-MC), concluíram a versão preliminar do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (BESM, na sigla em inglês).
Alguns dos primeiros resultados de simulações feitas com o novo modelo foram apresentados no Workshop sobre o BESM, realizado no dia 19 de fevereiro, na FAPESP.
“A opção do Brasil de enfrentar o desafio de desenvolver seu próprio modelo de sistema climático global, em vez de importar um modelo pronto e aplicá-lo, foi feita com o objetivo estratégico de construir uma rede de pesquisadores capazes de atuar em todas as dimensões da construção de um modelo desta natureza, como no desenvolvimento, validação e simulação”, disse Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e um dos idealizadores do BESM.
“Como nós temos uma comunidade científica atuante no desenvolvimento e integração dos componentes de um modelo do sistema terrestre de boa qualidade, mas ainda incipiente numericamente, não poderíamos dar um passo como o da Austrália – que tem uma enorme competência em modelagem climática e uma grande comunidade de pesquisadores especializados em todos os aspectos relacionados ao clima – de aprimorar um modelo em parceria com outro país”, explicou Nobre.
Contribuição brasileira
De acordo com Nobre e outros pesquisadores presentes ao evento, uma das principais contribuições do novo Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre para os esforços internacionais de avanço das ciências climáticas, ambientais e atmosféricas será olhar para algumas questões particulares do Hemisfério Sul e representar alguns processos ambientais importantes para o Brasil e outros países da América do Sul que são considerados secundários nos modelos climáticos internacionais.
Entre essas questões, estão as queimadas, capazes de intensificar o efeito estufa e mudar as características de chuvas e nuvens de uma determinada região, por exemplo, e o desmatamento da Amazônia.
“Como é a própria comunidade científica brasileira na área de modelagem climática que desenvolve esse novo modelo do sistema terrestre, é mais lógico e até mais fácil, de certa forma, ela introduzir a modelagem desses fenômenos que são mais típicos da América do Sul”, avaliou Nobre.
A ideia do BESM, segundo Nobre, é ser uma plataforma aberta, em que várias hipóteses de processos que acontecem na América do Sul, no Oceano Atlântico e na Antártica, por exemplo, possam ser testadas pelos pesquisadores de áreas relacionadas às ciências climáticas e ambientais.
“O objetivo foi construir um modelo climático com competência brasileira que seja incorporado como uma contribuição do país para a construção de um sistema global de modelagem do sistema terrestre, como se pretende criar nos próximos anos”, disse Nobre.
“No futuro haverá um sistema global de modelagem do sistema terrestre por meio do qual será possível montar um modelo climático por módulos que interessem a um pesquisador para testar suas hipóteses”, estimou.
Previsões climáticas
O Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre também deverá ser utilizado para a definição de políticas públicas no Brasil de adequação do país aos impactos das mudanças climáticas globais.
De acordo com o Relatório Especial sobre Gestão dos Riscos de Eventos Climáticos e Desastres (SREX, na sigla em inglês) – divulgado recentemente pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) –, nas últimas décadas aumentou a frequência dos eventos climáticos extremos no mundo em função das mudanças climáticas.
No final de março de 2004, por exemplo, a região Sul do Brasil foi atingida pelo furacão Catarina – o primeiro de classe 1 (com ventos de 119 a 153 quilômetros por hora e elevação do nível do mar de 1,2 a 1,6 metro) registrado no país.
“O novo modelo também tem a finalidade de melhorar as condições de previsão de clima sazonal no Brasil”, disse Paulo Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), um dos coordenadores do projeto.
Primeiros resultados
Segundo o pesquisador, o desenvolvimento do novo modelo possibilitou melhorar a previsão de precipitação (chuva) no Atlântico Sul e na América do Sul.
“É muito difícil melhorar a previsibilidade de precipitação no Atlântico Sul. Mas, como o novo modelo, houve um aumento generalizado da melhoria da previsão tanto de temperatura da superfície das águas do Atlântico Sul como da América do Sul”, afirmou.
Outro resultado da implementação do modelo foi a constatação de que o desmatamento da Amazônia aumenta a possibilidade de ocorrência de El Niño (fenômeno caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, capaz de afetar o clima regional e global).
“Este foi um resultado antecipado que o modelo já pode verificar mesmo sendo uma versão preliminar, de baixa resolução”, disse Paulo Nobre. Segundo o pesquisador, o modelo também é capaz de prever a capacidade de formação de chuva da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) – uma região com uma extensa faixa e bandas de nuvens formadas desde a Amazônia, Brasil Central e Sudeste até o Oceano Atlântico – que os modelos existentes até então eram incapazes de prever.
O Brasil ainda passou a ter a capacidade de executar a previsão da extensão de gelo marinho do planeta. 
“Pela primeira vez no país existe capacidade de prevermos o avanço e a retração do gelo marinho não só no Hemisfério Sul, onde existe uma grande dificuldade de realizar previsões de extensão de gelo, como em outras parte do planeta”, disse Paulo Nobre.
“O modelo tem previsto, por exemplo, os últimos recordes de diminuição da extensão do gelo do Ártico, o que nos dá sinais de que estamos no caminho certo”, avaliou.
Aprimoramentos
O novo modelo foi construído a partir da experiência em modelagem climática implementada no Brasil a partir da década de 1990 com a criação no Inpe do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).
A fim de desenvolver o projeto, os pesquisadores utilizaram um modelo climático acoplado (unido) de oceano e atmosfera desenvolvido pelo CPTEC há mais de uma década e introduziram nos últimos anos outros componentes, como vegetação dinâmica, hidrologia continental, ciclo de carbono dos oceanos e gelo marinho.
Para integrar esses diferentes componentes do modelo, os pesquisadores utilizam osupercomputador Tupã, instalado no final de 2010 no CPTEC, em Cachoeira Paulista (SP), com recursos da FAPESP e do MCTI.
As simulações brasileiras foram submetidas ao Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados, Fase 5 (CMIP5, na sigla em inglês), que deverá ser utilizado pelo IPCC para balizar seu quinto Relatório de Avaliação (AR 5, na sigla em inglês), previsto para ser publicado no final de 2014.
“O modelo deve inaugurar a participação brasileira nos cenários globais de mudanças climáticas do CMIP5 e do AR 5”, disse Paulo Nobre.
 
Fonte: http://agencia.fapesp.br/16855