segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Filhote semialbino de baleia-franca é observado em sobrevôo por biólogos


123 baleias-francas, sendo 56 filhotes, foram contados no Litoral de SC.
Voo foi feito de helicóptero entre as cidades de Torres e Florianópolis.

Do G1 SC
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Filhote de baleia semi-albino foi registrado no Litoral de SC (Foto: Paulo Flores/CMA/ICMBio)Filhote de baleia semialbino foi registrado no Litoral de SC (Foto: Paulo Flores/CMA/ICMBio)
Um filhote semialbino de baleia-franca foi avistado durante um sobrevoo realizado no Litoral de Santa Catarina. Segundo o biólogo Paulo Flores, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), foram vistas também 123 baleias, sendo 55 filhotes com a coloração usual. "Ela é semialbina por causa das manchas escuras. As partes brancas dela estão ficando acinzentadas", explica Paulo.
O indivíduo semialbino foi o primeiro registrado desde julho na área sobrevoada. Em média, um único filhote com essas características é observado a cada temporada reprodutiva da espécie na costa brasileira. De acordo com a bióloga Karina Groch, o número de baleias-francas vistas está dentro da média dos últimos anos. Segundo ela, cerca de 90 desses animais são catalogados a cada temporada pelo Projeto Baleia Franca.
Baleia-franca com filhote semi-albino (Foto: Paulo Flores/CMA/ICMBio)Baleia-franca com filhote semialbino
(Foto: Paulo Flores/CMA/ICMBio)
Ao todo, foram percorridos 280 quilômetros de costa do litoral brasileiro, entre as praias de Moçambique, em Florianópolis, Santa Catarina, e Torres, Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Os animais foram vistos, no entanto, no Cabo de Santa Marta, (Laguna), Ibiraquera e Ribanceira (Imbituba), Guarda do Embaú e Gamboa (Paulo Lopes), enseadas localizadas na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca. Um grande número de baleias também foi registrado nas praias do Moçambique, Morro das Pedras e Armação, em Florianópolis.
A equipe também registrou, durante o sobrevoo, duas baleias com pedaço de rede de pesca preso nas calosidades existentes na cabeça: a mãe do filhote semialbino, e o filhote de uma outra baleia. Segundo Paulo Flores, em ambos os casos os animais estavam bem, não aparentando qualquer debilidade física que pudesse colocar em risco a sobrevivência deles.
Segundo a pesquisadora, esta temporada reprodutiva está diferenciada de anos anteriores, em função da grande quantidade de baleias vistas nas praias do município de Laguna, o que já havia sido observado em agosto e se confirmou neste sobrevoo. "Não há uma causa específica para isso, mas esta ocorrência mostra a complexidade dos padrões de uso de habitat pelas baleias-francas", diz. Ela ressalta a importância dos sobrevoos, "que permitem uma análise mais abrangente e sistemática da distribuição da espécie nesta área que representa a principal concentração reprodutiva das baleias-francas no Brasil", diz.
As baleias são identificadas pelos calos na cabeça. “Esses calos são colonizados por pequenos organismos chamados popularmente de piolhos de baleia. É um tipo de crustáceo. Eles se organizam aos milhares, colonizam e conferem coloração branca. Por meio de fotografia desse padrão, é possivel reconhecer cada baleia individualmente e acompanhar todo o ciclo de vida delas”, explica Karina Groch.

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