segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Calor intenso branqueia corais da Baía da Ilha Grande

 corais-branqueamento-CREDITOOBRIGATORIO-ESECTamoiosCorais branqueados. Foto: Adriana Gomes/ESEC Tamoios.
“Encontramos corais mortos ao longo de toda a baía. Outros ainda estão vivos e podem se recuperar”, explica a bióloga Adriana Gomes, analista ambiental da Estação Ecológica de Tamoios. Ela monitora os corais nas 29 ilhas que compõem a Unidade de Conservação e o mar do entorno, dentro da baía da Ilha Grande, entre os municípios de Angra dos Reis e Paraty.
A temperatura da água estava atípica: no final de janeiro, chegou a 34 ºC no mar, um recorde nunca registrado desde que, há dez anos, existem medições locais. Segundo pesquisadores do projeto Coral Vivo, foi este calor intenso de janeiro e fevereiro que causou o problema. O Coral Vivo se dedica a estudar as colônias de corais.
O branqueamento ocorre quando o coral expulsa as microalgas (chamadas zooxantelas) que vivem no seu interior e lhe dão cor. Isto ocorre por causa de estresses como acidez ou aquecimento da água, ou poluição. No caso da Costa Verde fluminense, o fenômeno está relacionado à elevação da temperatura.
1-fendaantes-especiessaudaveisCREDITOOBRIGATORIO-ESECTamoiosenda saudável tempos atrás. Foto: Adriana Gomes/ESEC Tamoios2-fendaagora-especiescombranqueamentoCREDITOOBRIGATORIO-ESECTamoiosA mesma, com o branqueamento. Foto: Adriana Gomes/ESEC Tamoios
O calor foi potencializado pela geografia da região. De acordo com o biólogo marinho Gustavo Duarte, coordenador executivo do Projeto Coral Vivo, houve um atraso na ressurgência de Cabo Frio, um fenômeno que empurra as águas geladas do fundo para a superfície em novembro. Apenas em fevereiro a temperatura do mar começou a se normalizar.
Segundo Duarte, “Quando os corais do litoral brasileiro sobrevivem a esse tipo de estresse crônico, em seis meses, recuperam a coloração, com o retorno das algas zooxantelas à colônia". Em outras partes do mundo, a taxa de mortalidade é maior.
Para estudar os corais, Duarte usa uma espécie de laboratório marinho dotado de tanques onde são simulados condições ambientais específicas para corais. Lá, estuda-se as reações das colônias a mudanças de temperatura e acidez da água.. O nome do equipamento é mesocosmo marinho e a unidade do Projeto Coral Vivo fica em Arraial d’Ajuda, na Bahia. O equipamento permite simular mudanças climáticas e testar o resultado de episódios como este que ocorreu em Paraty.
Fato isolado
Os pesquisadores do Projeto Coral Vivo também estão colhendo relatos de mergulhadores e pesquisadores da região da baía da Ilha Grande. Até o momento, parece que o fenômeno se restringiu ao local, sem atingir outras regiões do estado.

 
Clique nas imagens para ampliálas e ler as legendas
branqueamento-extenso-CREDITOOBRIGATORIO-ESECTamoioscolonia-de-coral-com-areas-com-branqueamento
branqueamento-em-coral-CREDITOOBRIGATORIO-ESECTamoiosespecies-de-coral-com-branqueamento-CREDITOOBRIGATORIO-ESECTamoios
 Fonte: http://www.oeco.org.br/noticias/28025-calor-intenso-branqueia-corais-da-baia-da-ilha-grande

Nenhum comentário:

Postar um comentário